Palavras que poderiam ser minhas| "A vontade e o mundo"

"Sim, um dia vou cansar-me de querer conhecer o mundo, mas hoje ainda não é esse dia. Sinto uma espécie de tontura só de começar a conceber todos os lugares onde posso ir. Tenho os sentidos ávidos por tudo aquilo que me espera. Não tenho qualquer receio de estar sozinho, sem mapa, no centro de Singapura, numa avenida de Caracas, diante de uma paisagem do Alasca. Anseio por esse momento.
Quero aterrar em todos os aeroportos do mundo, quero conversar por gestos com gente de todos os países, quero provar o sal de todos os oceanos, senti-lo a cristalizar-se na pele. É muito fácil que chegue um dia em que deixe de acreditar em tudo o que acredito agora. A vida é composta por materiais bastante mais transitórios do que estamos dispostos a admitir. Mas, até lá, sempre que esteja diante de uma ementa onde não perceba uma palavra, continuarei a fechar os olhos e a pedir a primeira coisa onde deixe cair o meu indicador."
José Luís Peixoto, in Revista Volta ao Mundo (Abril 2014)
www.joseluispeixoto.net  

Não se iludam... falar de amor não é só uma necessidade de poetas!

Não vos parece que no nosso mundo o amor tem um estatuto ambíguo?

Por um lado, repetimos, vezes sem conta, que a vida não pode ser só trabalho, não pode ser só atividades que deixam de lado uma certa qualidade de investimento afetivo.
Por outro lado, achamos apatetadas e piegas as manifestações públicas de amor e as histórias que vamos conhecendo. Histórias de amores cruzados, encontros fortuitos, desencontros planeados. Ficamos, por exemplo, sem jeito quando os amigos (homens e mulheres já feitos!!) se desfazem em lágrimas porque o seu amado partiu, foi-se, desapareceu.
O cenário não melhora se se tratar de um jovem adolescente com menos vivência mas com idênticas crises de ansiedade e a convicção de que a vida vai colapsar e o mundo desfazer-se, porque ficou sem o seu amor.

Se, entretanto, as relações decorrem calmas, sem soluços, convulsões nem aflições, tendemos a pensar no hábito, no utilitarismo e no conformismo, como se, o bem-estar consecutivo tivesse qualquer coisa de entediante e artificial.

Acresce que, por qualquer púdica razão muito precocemente enraizada, evitamos expressar as emoções e falar nos sentimentos e comportamentos que giram em volta de alguém que desejamos e amamos.
Por vezes, fico com a sensação que só em jeito de brincadeira e com a leveza própria do que não é importante, nos é permitido abordar emoções, por mais violentas e intensas que sejam.

Feitas as contas, ficamos sem saber o estatuto que deve ter o amor, o lugar que é suposto ocupar nas nossas vidas, o que é mais adequado para não cairmos no ridículo, para não fazermos figura de pinga-amores ou, pelo contrário, para não sermos vistos como chatos insensíveis e desinteressados. 

Não se iludam... falar de amor não é só uma necessidade de poetas!

HÁ DIAS ASSIM...

 - Estás com má cara - sentenceiam.
 - Indigestão - replico.
 - De quê?
 - De realidade.

A inclusão do diferente, um desafio.


Tal como a felicidade, não existe um estado permanente de inclusão, existem antes momentos de inclusão. E esta cena da série Glee é um momento perfeito de inclusão. 
O grande desafio não é a pessoa diferente ser integrada no contexto dos ditos "normais", é muito mais... é ser um elemento ativo desse contexto, ou seja, é ser incluída. E não esqueçam, os ambientes inclusivos combatem atitudes discriminatórias.

Imagine um mundo sem discriminação.
Imagine!

805 Million Names




Ah! E a música (dos Sigur Rós) foi muito bem escolhida. 



"QUEM TE AMA NÃO TE AGRIDE"

Para a maioria das pessoas, a palavra “namoro” rima com paixão, amor, romantismo, período de ajustamento, apoio mútuo,…No entanto, algumas pessoas acrescentam, a este elenco de características, palavras como: controlo, humilhação, manipulação, medo,…

Violência no namoro: nuvens passageiras ou sinal de tempestade?
Toda a violência conjugal tem uma história e o seu início é geralmente insidioso e subtil. Na maior parte dos casos, a violência física é antecedida por um historial de agressões psicológicas de “baixa” intensidade, como, por exemplo: um dos parceiros impedir que o outro tenha contacto com determinadas pessoas; um dos parceiros ridicularizar, não prestar atenção ou humilhar publicamente o outro; ameaçar, gritar ou partir coisas para intimidar o outro; ceder frequentemente a pressões e exigências no campo sexual contra vontade própria (mais frequentemente as mulheres). Estes são alguns sinais de alarme que convém não ignorar. Quando a vítima insiste em pensar, contra todas as evidências, que vai conseguir mudar a personalidade do agressor, quando acredita que “depois do casamento as coisas vão mudar”, quando atribui às agressões masculinas a “forma de ser dos homens”, ou considera o ciúme “doentio” como uma prova de amor, está a desculpabilizar o comportamento violento, contribuindo para a sua manutenção.

O Governo lançou uma nova campanha nacional contra a violência no namoro: "Quem te ama não te agride!".  A ideia é sensibilizar, educar e prevenir para uma forma de estar que pode vir a tornar-se mais tarde em casos de violência doméstica. O último estudo nesta matéria, publicado há cerca de dois meses, revela que um terço dos jovens entre 15 e os 20 anos admitiu ter adotado um comportamento violento no namoro, pelo menos uma vez. 

"Tudo é mais fácil a cantar"| Os ditongos

Se há canções infantis para as quais nunca encontrei um significado ("Atirei o pau ao gato", por exemplo), outras há que para além do objetivo óbvio de entretenimento, têm igualmente um suporte didático para a educação e desenvolvimento das crianças, utilizando o método simples e divertido de que tudo é mais fácil a cantar. Assim são as canções infantis da fantástica Maria Vasconcelos. Sou fã!



RECORTES DE IMPRENSA| "FECHADOS EM CASA, MAS EXPOSTOS AO MUNDO"

"Os que nasceram desde 1995 têm uma existência de paradoxos, são os mais protegidos e os mais vulneráveis, são aqueles por quem não se dá nada e de quem se espera tudo."
Um retrato da geração Z, feito pelo jornal Público AQUI

FRASE DO DIA| "Chega-se ao paradoxo de se conviver sem se comunicar; estar-se junto sem se fazer companhia."

Tudo no universo comunica e tudo começa com o choro do bebé, que tenta transmitir uma necessidade... A comunicação pode ser feita de várias formas: por escrito, verbalmente, através da música, dos gestos, sempre com o objetivo de transmitir uma mensagem a alguém. Este é o mais natural e, ao mesmo tempo, o mais difícil instrumento à disposição do ser humano. Diz-se que estamos na era da comunicação, mas isso é só meia verdade. Vivemos, na realidade, na era dos meios de comunicação, mas as pessoas continuam tão isoladas quanto antes, porque se vive, em geral, no clima da incomunicabilidade. Há um diálogo de surdos, em que as pessoas falam em frequências de onda diferentes. Chega-se ao paradoxo de se conviver sem se comunicar; estar-se junto sem se fazer companhia. Ou seja, há presença física e ausência de comunicação. Não é de estranhar, portanto, que a falta de comunicação seja um dos maiores problemas do nosso século.

... e sobre a importância da comunicação...

Maravilhosa Sensação

Maravilhosa sensação essa do "MAIS".

PENSAMENTOS SOLTOS| "Todo o ponto de vista é a vista de um ponto"

"Todo o ponto de vista é a vista de um ponto", e para entender como alguém vê é necessário saber como são os seus olhos e qual é a sua visão do mundo. As numerosas facetas da realidade requerem que sejamos tolerantes e que evitemos o fanatismo, aquela teimosa insistência de verdade pessoal como se fosse absoluta.

© Fotografia| Butterflies & Hurricanes - Liliana Fernandes

@ Alpes-Annecy

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EM VIAGEM| Chamonix, Mont-Blanc

Aiguille du Midi, Mont-Blanc

© Fotografia| Butterflies & Hurricanes - Liliana Fernandes


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Outras publicações sobre Chamonix AQUI

Entendendo o autismo...

O autismo é uma das mais graves perturbações de desenvolvimento da criança, que resulta numa incapacidade que se prolonga durante toda a vida. Manifesta-se através de dificuldades muito especificas ao nível da interação social, da aquisição e uso convencional da comunicação e da linguagem, pela restrita variedade de interesses e alterações do comportamento.
Estas perturbações, estão geralmente associadas a dificuldades em utilizar a imaginação, em aceitar alterações de rotinas, a um défice de atenção e de concentração, à falta de motivação e à exibição de comportamentos estereotipados, implicam também um défice na flexibilidade de pensamento e um modo de aprender peculiar.


SUGESTÃO
Livro: O menino e o Cavalo. Autor Rupert Isaacson.

Autor de reportagens sobre viagens publicadas em prestigiados jornais e revistas, Rupert Isaacson, britânico a residir no Texas, utiliza a capacidade descritiva própria do jornalismo de género para partilhar a aventura mais importante da sua vida: uma viagem de cavalo pela Mongólia, na companhia da mulher, Kristin, e do filho, Rowan. O relato fascinante de um pai que descobre, por acidente, que o contacto do filho autista de cinco anos com Betsy, uma égua trigueira, desperta na criança reacções de afecto e progressos linguísticos.

Movido pela força do amor, Rupert ambiciona partir «para lá do Sol-posto», procurando juntar o poder curativo dos animais com o dos xamãs mongóis, os únicos elementos que exerceram alguma mudança no comportamento de Rowan. Durante muito tempo, Kristin, professora catedrática de Psicologia Clínica, mostra-se céptica face às ideias do marido, mas, cansada de submeter o filho a dezenas de terapias sem quaisquer resultados, sente que não tem nada a perder.

Além do receio das tempestades neurológicas de Rowan perante situações imprevisíveis, esta família, à beira da ruptura, carrega na bagagem a esperança de retirar o filho do seu mundo distante e incompreensível. «Oitenta por cento dos casais com filhos autistas, separam-se. Era fácil perceber porquê», escreve o autor.
Em permanente desespero para ajudar Rowan desde que confirmaram o seu autismo, aos 18 meses, estes pais reaprendem a sentir o espírito da aventura que os juntou e descobrem, que afinal, há lugar para os sonhos.

A cada passo de viagem, Rowan deixa o seu mundo fechado para partilhar emoções.
Um exemplo de coragem, apresentado com uma narrativa descontraída, mas profunda, que pode ajudar outras famílias com o mesmo problema.
Um livro que nos prova que, na vida, não existem impossíveis, por mais firmes que nos pareçam os obstáculos...
Trailer do livro

OPORTUNIDADE PARA JOVENS| Formação Dual na Alemanha

O programa The job of my life destina-se a jovens europeus interessados em frequentar formação profissional dual na Alemanha.
Se estiver interessado, registe-se no site do programa em: www.thejobofmylife.de/en
O quê?
  • Curso de formação profissional dual na Alemanha, alternando formação teórica numa escola e formação prática na empresa, com uma duração de cerca de 3 anos.
  • O programa abrange várias profissões mas tem-se dirigido especialmente aos setores da hotelaria, restauração e turismo, da construção civil e dos serviços pessoais.

 Para quem?
  • Jovens dos 18-27 anos
  • Cidadão de um país da UE, do EEE ou da Suíça com direito de liberdade de circulação para trabalhadores dentro da UE
  • Que tenha o ensino secundário completo e ainda não tenha concluído qualquer formação numa empresa ou um curso de mestrado
  • Com conhecimentos básicos de inglês e, preferencialmente, de alemão

Quais os apoios previstos?
  • Curso de formação em língua alemã em Portugal
  • Subsídio para despesas com as viagens entre Portugal e a Alemanha durante o período experimental e o curso de formação profissional
  • Subsídio mensal de sobrevivência na Alemanha


Precisa de mais esclarecimentos? Envie um e-mail para Jobofmylife_formacao@iefp.pt

CRIATIVIDADE

© Fotografia| Butterflies & Hurricanes - Liliana Fernandes

Presépio feito com garrafas e copos de plástico @ Vila Nova de Cerveira


Curiosidade...

Descobriu-se que os sistemas cerebrais envolvidos na divagação mental estão ativos precisamente antes de as pessoas chegarem a uma intuição criativa - e estão invulgarmente ativos nas pessoas com distúrbio de atenção. Os adultos com distúrbio de défice de atenção, por comparação com os que não o têm, mostram também níveis mais elevados de pensamento criativo original e mais realizações criativas concretas.

Os Centros para o Controlo e Prevenção de Doenças dizem que 10 por cento das crianças ssofrem desse distúrbio, misturado com hiperatividade. Nos adultos, a hiperatividade atenua-se, permanecendo o distúrbio; cerca de quatro por cento dos adultos parecem ter esse problema. Quando colocados perante o desafio de uma tarefa criativa, por exemplo, como encontrar novos usos para uma garrafa de plástico, os indivíduos com distúrbio do défice de atenção saem-se melhor, apesar de se dispersarem - ou talvez por causa disso mesmo.

Todos nós podemos aprender algo com isto. Numa experiência em que os voluntários eram desafiados com uma tarefa de novos usos, aqueles cujas mentes tinham divagado - quando comparados com aqueles cuja atenção tinha estado completamente focada - apresentaram quarenta por cento mais respostas originais. E quando pessoas que tinham executado produções criativas como um romance, uma patente ou um espetáculo foram testadas para ver se conseguiam afasyar informação irrelevante para se focarem numa tarefa, as suas mentes divagavam mais frequentemente do que as dos outros - indicativo de uma consciência aberta que lhes poderá ter servido para o seu trabalho criativo.

Nos nossos momentos criativos menos frenéticos, mesmo antes de uma intuição dessas, o cérebro, em geral está assente num foco descontraído e aberto, o que é indicador de um estado de devaneio acordado. Uma vez que o cérebro armazena diferentes tipos de informação numa rede de circuitos de longo alcance, uma consciência livremente errante eleva as hipóteses de combinações originais...

O acaso, conforme disse Louis Pasteur, favorece uma mente preparada. O sonhar acordado gera a descoberta criativa.